sábado, 13 de março de 2010

A Janela


Ela é um quadro que enfeita meu quarto, quadro esse para pintor nenhum botar defeito, pois sua pintura tem vida própria, e às vezes me pego olhando pra ela e começo a apreciar suas metamorfoses. Certas noites ela se transforma em um jogo de luz fantástico, que vai de uma lua "quase" imaginaria de tanta beleza, arrodeada de estrelas que parecem inumeros vagalumes vagando pela noite. Logo cedo desperto ao som de pássaros acompanhado da visão de um sol que vem surgindo lentamente atrás de uma montanha.
Como és linda a pintura que deixa fotografada na memória, com diversas imagens que vão mudando conforme o dia vai passando.
Quando me aproximo dela posso ver a alegria do menino que passa com a bola, ou das meninas que deixaram suas bonecas de lado e ficaram apenas com a vaidade, vejo a moça de saia longa passando e rebolando como só ela sabe fazer, vejo o homem simpático e antipático, a vizinha com seu cachorro fofo, porém metido a valentinho, o cara catando lixo com uma alegria sem igual, o empresário mal encarado, crianças inocentes com sorrisos envolventes e através dela tenho olhares de confiança e desconfiança, vejo emoções e comoções.
Derrepente paro e começa a falar:
- Que pintura bela que só vejo através dela... A Janela.
Mas é uma pena que vou ter que deixá-la de lado, porém, de uma coisa tenho certeza que essas suas metamorfoses vão ficar guardada como um quadro que tem vida própria em minha memória.

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